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  Esse filme Argentino, vencedor do Prêmio Goya de Melhor Filme Ibero-Americano, nos apresenta a incomum história de Angel(Eduardo Noriega) e Nene (Leonardo Sbaraglia), matadores de aluguel e amantes. Juntos, embarcam num assalto a um caminhão-forte no qual  Angel fica gravemente ferido após um confronto brutal com a polícia . Em busca de abrigo e  segurança,  os dois  fogem para o Uruguai e  se escondem em um apartamento emprestado por Losardo (Héctor Alterio), um mafioso local, onde esperam a chegada de passaportes falsos que lhes permitam  viajar para o Brasil. Contudo,  a demora  na chegada dos documentos gera uma crescente tensão entre os três, que por fim  chega a níveis insuportáveis.

   Na Alemanha nazista, durante a política eugenista do período que antecedeu a segunda guerra, Max (Clive Owen), um jovem gay da boêmia Berlim, é enviado para o campo de concentração de Dachau. Ciente do terror e  brutalidade que o aguardava, ele tenta "amenizar" a situação e esconder sua sexualidade usando a estrela amarela, que era a forma de identificar os judeus, em vez do triângulo rosa usado para "marcar" os homossexuais. No campo ele  se apaixona por Horst (Lothaire Blutheau), um prisioneiro homossexual que usa com orgulho seu triângulo rosa. Dirigido por Sean Mathias, e baseado na peça de mesmo nome, o filme conta com também conta com Ian McKellen, Nikolaj Coster-Waldau, Mick Jagger, Brian Webber e Jude Law no elenco.

Carol é a tocante história de duas mulheres que se apaixonam e vivem um amor proibido nos anos 50, colocando tudo em suas vidas a perder. O roteiro cheio de sutilezas, baseado num romance de 1952 escrito por Patricia Highsmith, dirigido magistralmente por Todd Haynes foi a indicado a seis categorias do Oscar. O longa constrói uma sociedade de época sem caricaturas ou romantizações na qual a elegante Carol Aird (Cate Blanchett)  e a jovem Therese Belivet (Rooney Mara) se conhecem e passam  a ver uma na outra a chance de escapar de vidas angustiantes . As duas protagonistas são responsáveis por atuações que deixariam qualquer um atordoado, conferindo uma áurea unica ao filme criando uma história de amor poderosa, não apenas pelo sentimento presente, mas também pela consciência das limitações impostas pela época retratada.  

    O filme Madame Satã, de Karim Aïnouz, é um das melhores obras do cinema nacional. Causou um rebuliço em Cannes durante a exibição, em maio de 2002, quando muitos críticos abandonaram a sessão, constrangidos com as fortes cenas de sexo, com o tom provocativo da narrativa e com a  contante e peculiar variação de foco, luz e sombras do longa.  Foi sem duvida o filme que consagrou o multitalentoso Lázaro Ramos, que neste longa dá vida a João Francisco dos Santos, um malandro, capoeirista, cozinheiro, pai adotivo, homossexual e Drag Queen,  personificando o lado mais obscuro do Rio de Janeiro durante  anos 30 e 40. Avesso ao estigma do negro pobre, o personagem cria uma resistência combativa ao mesmo tempo que sonha em se tornar uma grande estrela dos palcos com o nome artístico de Madame Satã, uma homenagem filme Madame Satã de 1932, dirigido por Cecil B. deMille. 

   O estupro e assassinato de Brandon Teena, um jovem transexual, ainda é um dos crimes de ódio mais chocantes da historia dos  Estados Unidos, sendo até hoje lembrado pela comunidade LGBT do país. Em um filme onde tudo podia dar errado, a então estreante Kimberly Price encontrou o tom certo na direção, e Hilary Swank em sua magnífica atuação, o que  lhe conferiu o Oscar de melhor atriz.  Sem sensacionalismo, o filme trabalha com nuances de uma vida marcada por tragédias, aprisionamento e dor. O filme consegue  humanizar desde os assassinos ao assassinado, o que deixa o roteiro muito mais impactante. 

   Já falamos aqui sobre o jovem prodígio canadense Xavier Dolan , no semibiográfico J’ai tué ma mère assistimos a uma  relação conturbada de amor e ódio entre Hubart, interpretado pelo próprio diretor, e sua mãe Chantele (Anne Dorval). As performances de Xavier e Anne são o que roubam a cena e fazem com que as discussões absurdas dos personagens sejam intensas e até mesmo bem humoradas. O ódio de  Hubart  é potencializado quando ele conhece a mãe de seu seu namorado, Antonin (François Arnaud), mulher liberal, que leva garotos mais jovens pra casa, não vê problema na homossexualidade do filho.  

Um marco da  primeira fase, a mais crua, da carreira de Pedro Almodóvar, A Lei do Desejo é um ensaio sobre amor e obsessão traduzido na forma de um  thriller. A homossexualidade, e transexualidade sempre presente de maneira periférica na obra do diretor, passa para o centro da trama, que acompanha o envolvimento de um cineasta com um homem mais jovem, através de um roteiro bruto. Um filme sem pudor, sobretudo nas cenas de sexo,  bem próximas do explícito. Em paralelo, há uma narrativa acompanha a história de uma mulher transexual recém saída da cirurgia de readequação. 

O diretor Park Chan-Wook ( que já nos foi também apresentado) com maestria transporta uma história originalmente ambientada no Inglaterra vitoriana para a península da Coreia ocupada pelos japoneses. Criando uma obra esteticamente deslumbrante ao combinar a opulência inglesa com a sutileza japonesa (para usar uma expressão do próprio filme), seja no figurino ou na organização do cenário. Substanciada por um roteiro melindroso, que cria uma história imprevisível cheia de reviravoltas e erotismo que instiga e cativa o público desde sua primeira cena. Muitos dos méritos são devidos as protagonistas , duas mulheres fortes e determinadas.  

  O filme começa no natal de 1960, quando Zachary Beaulieu (atores Emile Vallée como criança e Marc-André Grondin como o adolescente) nasce sendo o quarto numa família de cinco irmãos, todos meninos, cujas iniciais formam a palavra "crazy". O filme acompanha os 20 primeiros anos da vida de Zachary. A infância marcada pelos aniversários coincidentes com o  natal em que seu pai (Michel Côté), sempre termina imitando Charles Aznavour. Sua a adolescência traz descoberta de uma sexualidade diferente e sua negação profunda para não decepcionar a família. E por fim, sua maturidade , ond embarca em  libertadora viagem  quase mística rumo a Jerusalém, a cidade que sua mãe (Danielle Proulx) sempre sonhou conhecer.

  O filme conta com uma trilha sonora impecável variando de David Bowie a  Patsy Cline, passando por Rolling Stones  e, claro, Charles Aznavour. 

Aaron Fleishman (Zohar Strauss) é um judeu ortodoxo, pai de quatro filhos e administrador do negócio da família – um açougue kosher – herdado depois da morte de seu pai. A vida rotineira de Aaron sofre uma mudança drástica com a chegada do jovem estudante Ezri (Ran Danker). Com o  passar do tempo, eles se aproximam cada vez mais, fazendo com que Aaron passe a ser imediatamente discriminado em sua comunidade e tenha que enfrentar dilemas existenciais que contrapõem sua religião e  desejo. 

“Por que eles estão nos deixando morrer?” Essa é o questionamento que permeia o comovente “The Normal Heart”.   

     Ryan Murphy,  a mente por detrás das antologias American Horror Story e  American Crime Story , é o diretor desse melancólico drama que narra o esforço de vários ativistas gays e seus aliados na luta para expor a verdade sobre a  crise da AIDS na Nova York dos anos 80. Frente a uma nação extremamente preconceituosa, o escritor Ned Weeks (Mark Ruffalo) decide ir a diversos veículos de comunicação para falar sobre o então chamado  “câncer gay”.  

 

O longa dirigido e escrito por Duncan Tucker e indicado ao Oscar, conta a historia de  Bree, uma mulher transexual, que está prestes a realizar o grande sonho de sua vida: a cirurgia de readequação sexual. Contudo, a uma semana da tão sonhada operação, ela recebe um telefonema e fica sabendo que tem um filho adolescente, Toby. Mais do que isso, agora ela precisa tirar o filho da cadeia. Bree vai então até Nova York, conhecer o garoto, mas fica sem coragem de lhe contar a verdade. Ela, então se apresenta com uma missionária cristã e toma a custódia do jovem. A vida de ambos muda drasticamente quando embarcam numa viagem de costa a costa através dos Estados Unidos, cruzando um país que pode ser ao mesmo tempo gentil e cruel, liberal ou preconceituoso.


   O amor em diferentes configurações, essa seria a pura e simples  sinopse deste musical. Em maiores detalhes, o filme acompanha a história de Ismaël Bénoliel (Louis Garrel), namorado de Julie Pommeraye (Ludivine Sagnier), que mantém um relacionamento a três com  Alice (Clotilde Hesme), mas que após certos acontecimentos  apaixona-se pelo jovem Erwan (Grégoire Leprince-Ringuet). 

   A liberdade é o tema principal desse suave e belo musical. As relações amorosas e sexuais se mesclam de forma natural, sem ser pedante, critica ou chocante. tudo é encarado com uma  naturalidade extrema. A sexualidade não é posta aqui para chocar ou polemizar, e sim para fazer parte do cotidiano natural. Apesar do tom leve e descontraído,  o longa está longe de ser um filme simples ou pouco complexo . Ele explora com beleza as angústias dos personagens, através de  olhares, tons de voz , cigarros fumados, e numa  pasteurizada Paris, retratada por uma fotografia um tanto quanto soturna.


   Filadélfia, dirigido por Jonathan Demme ( vencedor do Oscar por seu trabalho em o Silêncio dos Inocentes). Foi o primeiro filme de um grande estúdio a ter entre seus protagonistas um personagem gay. Um marco para história da representatividade no cinema.
O filme conta a história de Andrew Beckett (Tom Hanks), um advogado homossexual que trabalha para uma prestigiada firma na Filadélfia. Quando fica impossível para ele esconder dos colegas de trabalho o fato de que tem AIDS, é demitido. Beckett procura então Joe Miller (Denzel Washington), um advogado de pequenas causas bastante homofóbico, que apesar do seu preconceito decide aceitar o caso e levá-lo até as últimas consequências.
Inspirado em fatos reais o filme rendeu a Tom Hanks o Oscar de melhor ator e a Bruce Springsteen o de melhor canção original.


   O roteiro e direção de Barry Jenkins nos apresenta a história de Chiron, um menino dos subúrbios de Miami cuja vida miserável, em todos os sentidos que essa palavra pode de assumir, deixa cicatrizes por todas as fases de sua existência.  Conhecemos nosso protagonista ainda criança, maldosamente apelidado de Little (Alex R. Hibbert), fugindo de outros garotos que o perseguem por um motivo a ele ainda alheio. Neste contexto, o garoto conhece o traficante de drogas Juan (Mahershala Ali), que lhe oferece abrigo e gradualmente desenvolve uma relação  paternal com o menino, mas não sem enfrentar uma resistência de Paula (Naomie Harris), a relapsa mãe de Chiron, cuja dependência química será uma marca constante ao longo da história. Este drama torna-se ainda mais marcante no segundo ato do filme, onde o rapaz agora interpretado por Ashton Sanders, mais consciente do seu “Eu”, enfrenta os difíceis dilemas da aceitação social e pessoal. A história chega ao seu clímax quando o personagem principal atinge idade adulta, com adoção do codinome Black (Trevante Rhodes), e os dramas que moldaram sua alma precisam ser definitivamente enfrentados.


Filadélfia (Philadelphia)  - EUA, 1993

    O Segredo de Brokeback Mountain (2005) foi uma marco para o histórico de representatividade LGBT no cinema . A imensa popularidade do filme dirigido por Ang Lee foi para muitos um ponto de inflexão na indústria cinematográfica, que passou a dar mais espaço para histórias com diversidade sexual e de gênero.  

     Contudo o romance proibido entre os cowboys no filme estrelado por Heath Ledger e Jake Gyllenhaal, não foi a primeira aparição LGBT nas telonas. Já nos primórdios do cinema essa temática aparecia, como é o caso de The Gay Brothers de 1895 e o vencedor do Oscar, em sua primeira edição, (1927) Asas.

      

  Para celebrar a diversidade no cinema, criamos uma seleção de 15 filmes que merecem ser conhecidos, de nacionalidades, períodos e gêneros distintos, abordando a temática LGBT. Ficaram de fora dessa lista alguns excelentes que atingiram grande notoriedade, e que você provavelmente já assistiu, como Brokeback Mountain , o francês Azul é a Cor Mais Quente (2013), e o sensível longa nacional Hoje Eu Quero Voltar Sozinho (2014).

Da esquerda para a direita, de cima para baixo. Brokeback Mountain, A garota Dinamarquesa, Hoje eu quero voltar sozinho e Azul é a Cor Mais Quente. 

Diversidade no cinema,

Filmes com a temática LGBT. 

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