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As maiores injustiças do Oscar

O Oscar é a premiação mais renomada e valorizada da sétima arte. Lendas do cinema como os atores Daniel Day-Lewis e Meryl Streep, ou os cineastas Walt Disney e John Ford tiveram seus nomes consagrados e reconhecidos pela academia. Mas há aqueles casos (e são vários) em que o maior prêmio do cinema errou feio. Confira abaixo uma seleção de algumas das maiores injustiças do Oscar.

1999 – Prêmio de melhor filme.

O Oscar de 1999 é até hoje mais polêmico da história, e com razão. Para começar, o prêmio de melhor filme dessa edição foi dado para o fraquíssimo Shakespeare Apaixonado, dirigido por John Madden, quando deveria ter sido entregue para O Resgate do Soldado Ryan, de Steven Spielberg. 
O filme vencedor é insosso e só nos lembramos de ele existir pelo fato de ele ter ganhado o maior prêmio do cinema. O filme de Spielberg, ao contrário, fica marcado na memória de quem já o assistiu. Com uma das maiores cenas de aberturas já feitas, um elenco numeroso (porém com espaço para a construção de profundidade em cada personagem) com atuações excelentes e cenas dirigidas com um primor técnico admirável, O Resgate do Soldado Ryan foi o melhor filme de 1999.

O MERECEDOR

A MERECEDORA

Essa dói em nós, brasileiros, até hoje. Está certo que apenas o fato da Fernanda Montenegro ter sido indicada pela atuação em Central do Brasil é motivo de orgulho, mas ver a Gwynelth Paltrow levantar a estatueta é algo que não se supera. 
A atriz americana é criticada com exagero por diversos cinéfilos, ela é boa. Mas a brasileira, em uma atuação comovente, interpretando uma personagem forte e muito mais profunda que sua concorrente, merecia sim levar o prêmio e, consequentemente, o primeiro Oscar (até hoje inédito) para o Brasil.

1999 – Prêmio de melhor atriz.

O MERECEDOR

Para finalizar o show de horrores que foi a cerimônia de 1999, o prêmio mais absurdo foi dado na categoria de melhor ator. O vencedor Roberto Benigni é bom, assim como o filme A Vida é Bela. Já o injustiçado Edward Norton, sempre excelente em seus papéis, entregou uma das maiores atuações da história. Em A Outra História Americana, o ator americano é um violento ex-líder de uma gangue neo-nazista que após sair da prisão por assassinato, vê sua jornada se repetir através de seu irmão mais novo. A entrega de Norton para o papel é evidente e o fato de não ter ganhado o Oscar neste ano configura uma das maiores injustiças (talvez a maior) da história.

1999 – Prêmio de melhor ator.

O MERECEDOR

Denzel Washington ganhou neste ano o prêmio de melhor ator por Dia de Treinamento, vencendo concorrentes como Russell Crowe, em Uma Mente Brilhante, e Sean Penn, em Uma Lição de Amor
Os dois injustiçados entregaram papéis muito mais complexos e desafiadores e o Oscar para qualquer um dos dois estaria de bom tamanho. Já Denzel não está nem perto de sua atuação em Malcom X, essa sim uma atuação digna de Oscar.

2002 – Prêmio de melhor ator.

2006 – Prêmio de melhor ator coadjuvante.

Neste ano, George Clooney ganhou o prêmio de melhor ator coadjuvante pelo chato e cansativo Syriana – A Indústria do Petróleo. Não é um daqueles casos que a atuação de um ator se destaca mais que o filme, seria uma atuação esquecível se não fosse o Oscar.
O verdadeiro merecedor foi Jake Gyllenhaal, por O Segredo de Brokeback Mountain, um dos filmes mais relevantes do novo século. Fazendo par romântico com Heath Ledger, o ator interpretou um personagem que se apaixona por seu colega de trabalho. Um papel difícil, complexo e memorável, diferente daquele que infelizmente levou a estatueta.

O MERECEDOR

2010 – Prêmio de melhor filme.

Em 2010, o vencedor da categoria de melhor filme foi o esquecível Guerra ao Terror. O filme não é ruim, mas é extremamente maçante e não é daqueles que te fazem querer ver de novo.
O injustiçado da vez foi Bastardos Inglórios, que traria o primeiro Oscar como diretor para Tarantino (o diretor já ganhou em outras categorias). O filme é original, excêntrico e possui várias cenas memoráveis, como a abertura, a da taverna e a do incêndio no cinema. Neste ano, nenhum dos filmes concorrentes se aproximou da qualidade de Bastardos Inglórios.

O MERECEDOR

2011 – Prêmio de melhor filme.

O Discurso do Rei foi o vencedor da categoria de melhor filme em 2011. A atuação de Colin Firth é impecável, mas o filme não está a sua altura. O melhor filme deste ano foi A Origem, de Christopher Nolan.
O filme injustiçado é simplesmente um dos melhores dos últimos tempos, que acarretou em uma legião de fãs com seu enredo diferente e espetacular. A Origem tem todos os ingredientes que fazem um filme se tornar eterno: originalidade, elenco estrelado, cenas de ação, efeitos especiais, drama, romance e final arrebatador (que gera discussões até hoje). Um filme que entretém e faz pensar, com certeza o melhor da edição de 2010.

O MERECEDOR

2015 – Prêmio de melhor filme (principal e estrangeiro).

Temos aqui uma injustiça dupla. O melhor filme deste ano foi o argentino Relatos Selvagens, de Damián Szifron. Mas este não foi indicado para a categoria de melhor filme e sequer ganhou o prêmio de melhor filme estrangeiro, que ficou com o polonês Ida. 
O vencedor da categoria principal foi Birdman ou (A Inesperada Virtude da Ignorância), de Alejandro G. Iñárritu. Um filme executado de maneira primorosa tecnicamente, mas que não cativa e não é aquele que te dará vontade de rever futuramente. Entre seus concorrentes, o melhor filme era Whiplash: Em Busca da Perfeição, de Damien Chazelle, um filme com enredo simples, porém que te prende do início ao fim. A quimíca entre professor (J.K. Simmons) e aluno (Miles Teller) é algo difícil de se encontrar. Cenas agoniantes, tensas e constrangedoras são comuns nesse filme único e espetacular.

O MERECEDOR

2017 – Prêmio de melhor atriz.

A injustiçada da vez foi a francesa Isabelle Huppert, do filme Elle. Ela interpreta uma mulher que foi estuprada dentro de sua casa por um desconhecido, mas que prefere ignorar este fato e fazer com que isso não a abale. O problema é que o estuprador começa a perseguí-la.
A vencedora Emma Stone está ótima em La La Land, mas sua atuação não é tão complexa quanto à de Isabelle. Poucas vezes se vê um filme que é sustentado única e exclusivamente por uma atriz ou ator, e em Elle foi o caso.

A MERECEDORA

Os maiores Injustiçados: Charles Chaplin, Kubrick e Hitchcock.

É claro que não se pode deixar passar despercebido o fato de que lendas da sétima arte nunca ganharam um Oscar. 
Stanley Kubrick, responsável por obras como: 2001: Uma Odisséia no Espaço (um filme que revolucionou o cinema) O Iluminado, Nascido Para Matar, De Olhos Bem Fechados e talvez o mais famoso Laranja Mecânica, nunca ganhou a tão sonhada estatueta. Um diretor completo que infelizmente não ganhou o maior prêmio do cinema.
Charles Chaplin foi o maior ator na era do cinema mudo, também atuando como roteirista e diretor de seus próprios filmes. Talvez a maior das injustiças foi o fato de sua obra-prima O Grande Ditador (1940) não ter ganhado nas categorias de melhor ator, melhor roteiro e melhor filme. Talvez como um pedido de desculpas da academia, ganhou um Oscar Honorário em 1972, sendo aplaudido ininterruptamente por 12 minutos. 
Já o mestre do suspense, Alfred Hitchcock, revolucionou o cinema com suas técnicas de filmagem e sua habilidade de prender a atenção do espectador. Filmes como Psicose, Um Corpo que Cai e Janela Indiscreta foram esnobados pela academia. Ganhou um Oscar honorário em 1968, onde mais uma vez pareceu um pedido de desculpas da academia a um artista que parecia a frente de seu tempo. 

Estudante de Geologia que tem o cinema como paixão e hobby desde pequeno. Entre todas as incertezas da vida, a sétima arte é um porto seguro e um meio de escapismo e reflexão. Tem um lugar especial no coração para filmes de terror e drama, mas gosta de todos os gêneros de filme, desde que cumpram o que propõem e não sejam dirigidos pelo Michael Bay.

Matheus Fontana

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